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Renato Zambon@1:2320/100 to
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29/06/2004 - 06h18
Decreto reduz repasse de verbas para universidades estaduais, dizem
grevistas
da Folha de S.Paulo
Os reitores das trs universidades estaduais paulistas dizem aos
professores e funcion rios em greve dessas instituiäes que a baixa na arrecadaÆo de ICMS ocorrida em 2003 a respons vel pela atual crise orament ria no ensino p£blico superior do Estado --que tem gerado
impasse nas negociaäes com os servidores. "Mas isso meia verdade",
afirma Amrico Kerr, presidente da Adusp, a associaÆo de docentes da
USP.
Para os grevistas, a baixa na arrecadaÆo se deve aos altos ¡ndices de sonegaÆo e de ren£ncia fiscal, j admitidos pelo governo, e pelo
decreto 48.034, de agosto de 2003, que isenta o Estado de pagar ICMS nas compras efetuadas pelo governo.
De in¡cio, o decreto parece in¢cuo: o Estado deixa de pagar aquilo que arrecadaria depois. Ele, no entanto, altera o total recolhido e, em conseqncia, as verbas vinculadas ao ICMS --caso do repasse
s
universidades estaduais.
"Estimamos que o decreto promover uma reduÆo de 2% a 5% no ICMS
arrecadado", diz Kerr. A assessoria da Secretaria de Estado dos Neg¢cios
da Fazenda informa que est sendo analisado o impacto do decreto no ICMS recolhido e que a expectativa de ren£ncia fiscal que consta no Oramento
de 2004 do Estado de 7,9% (cerca de R$ 2,8 bilhäes).
"NÆo razo vel que o PIB [Produto Interno Bruto] do pa¡s caia 0,2% e o
ICMS do Estado tenha baixa de at 16%, como houve no ano passado", diz
Kerr.
O secret rio-executivo de Cincia e Tecnologia, Lourival Carmo Monaco,
admite que h sonegaÆo, mas valoriza mais o impacto da inadimplncia
que o do decreto sobre o recolhimento do imposto "A inadimplncia chegou
a 5,6% neste ano", diz. Para ele, a crise nÆo deve afetar o programa de expansÆo do governo, que baseado em suplementaÆo. "O grande desafio
da universidade reavaliar seus custos e maximizar a eficincia", diz.
AdministraÆo
O reitor da Unicamp, Carlos Henrique Brito Cruz, diz que a universidade
tem feito de tudo para evitar corte de pessoal. "Enquanto nÆo houver crescimento econmico, vamos cortando despesas e fazendo reajustes
abaixo da inflaÆo. NÆo o que gostamos de fazer, mas, se fssemos uma empresa, ter¡amos de recorrer a algo pior."
Para o consultor em educaÆo Carlos Monteiro, justamente o
corporativismo das universidades e o comprometimento dos reitores com as
bases o que dificulta a administraÆo das instituiäes p£blicas. "Alm
disso, h necessidade novas fontes de receita."
Segundo o ex-ministro da educaÆo Paulo Renato Souza, reitor da Unicamp
na poca da instituiÆo da autonomia universit ria, "os inativos sÆo a principal questÆo" da atual crise orament ria. "Foi um erro deixar os
inativos dentro do percentual destinado
manutenÆo das instituiäes."
Reitores e grevistas concordam em um ponto, ao menos: injusta a
cobrana de 5% dos sal rios dos funcion rios revertidos para o Ipesp
(Instituto de Aposentadorias e Pensäes do Servidor P£blico),
implementada ap¢s a reforma da Previdncia. "Os 5% vÆo para o Ipesp e a universidade quem paga as aposentadorias. Os reitores tm batalhado
para que, pelo menos, esses 5% venham para as universidades", afirma
Adilson Carvalho, coordenador do Codag (Coordenadoria de AdministraÆo
Geral) da USP.
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