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    From Renato Zambon@1:2320/100 to All on Wed Jun 30 23:13:16 2004
    29/06/2004 - 06h18
    Decreto reduz repasse de verbas para universidades estaduais, dizem
    grevistas
    da Folha de S.Paulo

    Os reitores das trˆs universidades estaduais paulistas dizem aos
    professores e funcion rios em greve dessas institui‡äes que a baixa na arrecada‡Æo de ICMS ocorrida em 2003 ‚ a respons vel pela atual crise or‡ament ria no ensino p£blico superior do Estado --que tem gerado
    impasse nas negocia‡äes com os servidores. "Mas isso ‚ meia verdade",
    afirma Am‚rico Kerr, presidente da Adusp, a associa‡Æo de docentes da
    USP.

    Para os grevistas, a baixa na arrecada‡Æo se deve aos altos ¡ndices de sonega‡Æo e de ren£ncia fiscal, j  admitidos pelo governo, e pelo
    decreto 48.034, de agosto de 2003, que isenta o Estado de pagar ICMS nas compras efetuadas pelo governo.

    De in¡cio, o decreto parece in¢cuo: o Estado deixa de pagar aquilo que arrecadaria depois. Ele, no entanto, altera o total recolhido e, em conseqˆncia, as verbas vinculadas ao ICMS --caso do repasse …s
    universidades estaduais.

    "Estimamos que o decreto promover  uma redu‡Æo de 2% a 5% no ICMS
    arrecadado", diz Kerr. A assessoria da Secretaria de Estado dos Neg¢cios
    da Fazenda informa que est  sendo analisado o impacto do decreto no ICMS recolhido e que a expectativa de ren£ncia fiscal que consta no Or‡amento
    de 2004 do Estado ‚ de 7,9% (cerca de R$ 2,8 bilhäes).

    "NÆo ‚ razo vel que o PIB [Produto Interno Bruto] do pa¡s caia 0,2% e o
    ICMS do Estado tenha baixa de at‚ 16%, como houve no ano passado", diz
    Kerr.

    O secret rio-executivo de Ciˆncia e Tecnologia, Lourival Carmo Monaco,
    admite que h  sonega‡Æo, mas valoriza mais o impacto da inadimplˆncia
    que o do decreto sobre o recolhimento do imposto "A inadimplˆncia chegou
    a 5,6% neste ano", diz. Para ele, a crise nÆo deve afetar o programa de expansÆo do governo, que ‚ baseado em suplementa‡Æo. "O grande desafio
    da universidade ‚ reavaliar seus custos e maximizar a eficiˆncia", diz.

    Administra‡Æo

    O reitor da Unicamp, Carlos Henrique Brito Cruz, diz que a universidade
    tem feito de tudo para evitar corte de pessoal. "Enquanto nÆo houver crescimento econ“mico, vamos cortando despesas e fazendo reajustes
    abaixo da infla‡Æo. NÆo ‚ o que gostamos de fazer, mas, se f“ssemos uma empresa, ter¡amos de recorrer a algo pior."

    Para o consultor em educa‡Æo Carlos Monteiro, ‚ justamente o
    corporativismo das universidades e o comprometimento dos reitores com as
    bases o que dificulta a administra‡Æo das institui‡äes p£blicas. "Al‚m
    disso, h  necessidade novas fontes de receita."

    Segundo o ex-ministro da educa‡Æo Paulo Renato Souza, reitor da Unicamp
    na ‚poca da institui‡Æo da autonomia universit ria, "os inativos sÆo a principal questÆo" da atual crise or‡ament ria. "Foi um erro deixar os
    inativos dentro do percentual destinado … manuten‡Æo das institui‡äes."

    Reitores e grevistas concordam em um ponto, ao menos: ‚ injusta a
    cobran‡a de 5% dos sal rios dos funcion rios revertidos para o Ipesp
    (Instituto de Aposentadorias e Pensäes do Servidor P£blico),
    implementada ap¢s a reforma da Previdˆncia. "Os 5% vÆo para o Ipesp e a universidade ‚ quem paga as aposentadorias. Os reitores tˆm batalhado
    para que, pelo menos, esses 5% venham para as universidades", afirma
    Adilson Carvalho, coordenador do Codag (Coordenadoria de Administra‡Æo
    Geral) da USP.

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