(dos arquivos do Planeta Diario)
CAXAMBU - TERRA DE CONTRASTES
pelo dr. Am¡lcar Nogueira, cirurgiÆo-dentista, espada e matador
Todo ano eu e minha senhora, a Arminda, tiramos umas f‚rias.
Nos £ltimos anos, nos £ltimos 35 para ser mais exato, vamos sempre para o
mesmo hotelzinho em Caxambu. Muito aprecio veranear nesta Esta‡Æo de µguas
para me refazer de mais um ano de trabalho aproveitando para regenerar o
f¡gado e a ves¡cula, ¢rgaos dos quais, infelizmente, pade‡o. H uns 38
anos mais ou menos. Vamos, como j disse, Arminda e eu, e ficamos l um mˆs, jogando paciˆncia, eu contra ela. Quem perder primeiro volta para casa.
De “nibus.
No hotel em que ficamos, a comida ‚ caseira e, portanto, muito saud vel,
mesmo porque nÆo posso exagerar nos temperos, pois, como j disse, sofro
da ves¡cula, a qual, inclusive, j operei duas vezes. J tentei de tudo, inclusive, cirurgia medi£nica, homeopatia e medicina ortomolecular.
Como tudo cozidinho, a bem dizer a comida, e com pouco sal para prevenir
a hipertensÆo arterial. Em seguida ao almo‡o, procedemos a higiene oral,
onde preconizo o uso da linha encerada, pois somente essa permite a
perfeita profilaxia da cavidade bucal. Feito isto, vamos caminhar para
fazer o quilo e sorver as guas medicinais.
Cada um de n¢s leva a sua canequinha de mat‚ria pl stica que compramos
por ocasiÆo de nossa lua-de-mel, h 39 anos. Tomamos v rios tipos de gua.
Tem a magnesiana, tem a alcalina, tem a sulforosa, tem a ferruginosa...
Depois vamos andar de pedalinho, mas com modera‡Æo que ‚ para nÆo for‡ar demasiado o m£sculo card¡aco. A¡, Arminda, minha senhora, cultivando um
h bito de mais de 40 anos, d para os patos (anat¡deo anseriforme) do
lago as migalhas de pÆo do almo‡o. Flanamos um pouco pelo parque e nos recolhemos para uma pestana antes do jantar.
Terminado o jantar, assistimos … novela, mas somente … das sete, pois a
das oito tem emo‡äes fortes e muitas cenas de sexo. ·s dez j estamos
na cama. Leio um pouco de literatura cient¡fica, para manter-me informado.
A Arminda lˆ o suplemento feminino.
Terminada a leitura, a¡ sim come‡a a fun‡Æo, pois em f‚rias fico
imposs¡vel. Tiro a camiseta e fico de ceroulas e mando a piroca ver
no burrÆo velho da minha senhora. Vocˆs precisam ver s¢! A vara canta
noite inteira e ningu‚m dorme naquele hotel, h uns trinta e sete anos.
E como grita na peia a minha coroa. Eu sou assim! Eu mando brasa!!!
E quando resolvo comer um cu? Ningu‚m me segura. NÆo adianta a Arminda
chorar, berrar e espernear. Eu nÆo quero nem saber o pre‡o da manteiga,
eu quero ‚ comer gorduroso....Eu nÆo perd“o, afinal estou de f‚rias.
Vou chegando e vou logo dizendo "NÆo quero nem saber, hoje ‚ cu"!
"Mas Am¡lcar..." "NÆo tem mas, mas, mas...Hoje vamos tocar o lado B
do disco! NÆo adianta, pode ir virando!"A velha grita mais que porco
na faca, mas nÆo tem conversa, eu mando vara naquele cagador!
Pra mim f‚rias ‚ isto: Caxambu pra comer cu!
H uns 37 anos, mais ou menos...
--- OLMS 2001+ [RIBBFE2S]
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