• Caxambu, terra de contrastes

    From Mauro Veiga@1:2320/100 to All on Thu Jun 16 13:50:08 2016

    (dos arquivos do Planeta Diario)

    CAXAMBU - TERRA DE CONTRASTES
    pelo dr. Am¡lcar Nogueira, cirurgiÆo-dentista, espada e matador

    Todo ano eu e minha senhora, a Arminda, tiramos umas f‚rias.
    Nos £ltimos anos, nos £ltimos 35 para ser mais exato, vamos sempre para o
    mesmo hotelzinho em Caxambu. Muito aprecio veranear nesta Esta‡Æo de µguas
    para me refazer de mais um ano de trabalho aproveitando para regenerar o
    f¡gado e a ves¡cula, ¢rgaos dos quais, infelizmente, pade‡o. H  uns 38
    anos mais ou menos. Vamos, como j  disse, Arminda e eu, e ficamos l  um mˆs, jogando paciˆncia, eu contra ela. Quem perder primeiro volta para casa.
    De “nibus.

    No hotel em que ficamos, a comida ‚ caseira e, portanto, muito saud vel,
    mesmo porque nÆo posso exagerar nos temperos, pois, como j  disse, sofro
    da ves¡cula, a qual, inclusive, j  operei duas vezes. J  tentei de tudo, inclusive, cirurgia medi£nica, homeopatia e medicina ortomolecular.
    Como tudo cozidinho, a bem dizer a comida, e com pouco sal para prevenir
    a hipertensÆo arterial. Em seguida ao almo‡o, procedemos a higiene oral,
    onde preconizo o uso da linha encerada, pois somente essa permite a
    perfeita profilaxia da cavidade bucal. Feito isto, vamos caminhar para
    fazer o quilo e sorver as  guas medicinais.

    Cada um de n¢s leva a sua canequinha de mat‚ria pl stica que compramos
    por ocasiÆo de nossa lua-de-mel, h  39 anos. Tomamos v rios tipos de  gua.
    Tem a magnesiana, tem a alcalina, tem a sulforosa, tem a ferruginosa...
    Depois vamos andar de pedalinho, mas com modera‡Æo que ‚ para nÆo for‡ar demasiado o m£sculo card¡aco. A¡, Arminda, minha senhora, cultivando um
    h bito de mais de 40 anos, d  para os patos (anat¡deo anseriforme) do
    lago as migalhas de pÆo do almo‡o. Flanamos um pouco pelo parque e nos recolhemos para uma pestana antes do jantar.

    Terminado o jantar, assistimos … novela, mas somente … das sete, pois a
    das oito tem emo‡äes fortes e muitas cenas de sexo. ·s dez j  estamos
    na cama. Leio um pouco de literatura cient¡fica, para manter-me informado.
    A Arminda lˆ o suplemento feminino.

    Terminada a leitura, a¡ sim come‡a a fun‡Æo, pois em f‚rias fico
    imposs¡vel. Tiro a camiseta e fico de ceroulas e mando a piroca ver
    no burrÆo velho da minha senhora. Vocˆs precisam ver s¢! A vara canta
    noite inteira e ningu‚m dorme naquele hotel, h  uns trinta e sete anos.
    E como grita na peia a minha coroa. Eu sou assim! Eu mando brasa!!!
    E quando resolvo comer um cu? Ningu‚m me segura. NÆo adianta a Arminda
    chorar, berrar e espernear. Eu nÆo quero nem saber o pre‡o da manteiga,
    eu quero ‚ comer gorduroso....Eu nÆo perd“o, afinal estou de f‚rias.
    Vou chegando e vou logo dizendo "NÆo quero nem saber, hoje ‚ cu"!
    "Mas Am¡lcar..." "NÆo tem mas, mas, mas...Hoje vamos tocar o lado B
    do disco! NÆo adianta, pode ir virando!"A velha grita mais que porco
    na faca, mas nÆo tem conversa, eu mando vara naquele cagador!
    Pra mim f‚rias ‚ isto: Caxambu pra comer cu!
    H  uns 37 anos, mais ou menos...

    --- OLMS 2001+ [RIBBFE2S]
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